sábado, 3 de março de 2012

tribos urbanas part 2

Cultura Informal

A cultura das tribos urbanas é informal,[2] bem diferente das organizações ligadas ao "burguesismo"[9] permeadas pelo nosso taylorismoocidental, que rejeita a emoção e os sentimentos coletivos (coisa típica de uma cultura empresarial[10]). O neotribalismo[6] pratica uma "solidariedade orgânica" que vai de encontro a essa "solidariedade mecânica dos indivíduos racionais"[11] do capitalismo.
Como metáfora explicativa, Maffesoli invoca dois deuses do panteão Grego: Apolo e Dionísio - duas figuras opostas;Apolo, representando a razão e Dionísio, representando o mundano, o "terreno".[12]
Esses grupos não têm projetos ou objetivos específicos[13] a não ser pelo partilhamento, no "aqui-agora".

[editar]Proxemia

As tribos reforçam "um sentimento de pertença" e favorecem "uma nova relação com o ambiente social".[14]
A proxemia das tribos é uma faca de dois gumes. Ela pode, por um lado, ser expressa pela tolerância.[15] Um exemplo disso é a tribo dosclubbers. Incentivados pela filosofia P.L.U.R. - Peace, Love, Unity & Respect[16] - os frequentadores das raves são incitados a respeitar o "meio ambiente e outras pessoas, independente de credo, raça, religião, gostos e opiniões".[17] A outra face dessa "homossocialidade" tribal é a exclusão do "diferente" a partir da violência, coisa bem presente no fanatismo e no racismo de algumas tribos.[18] Os boneheads em geral enquadram-se aí, tendo como inimigos declarados os negrosestrangeirosgayscomunistas e militantes ativistas de extrema-esquerda (anarcopunks[19] e redskins, por exemplo).

[editar]Não-Ativismo

O neotribalismo não se opõe frontalmente ao poder político como o faz o proletariado. Isso não quer dizer, no entanto, que as tribos urbanas sejam passivas[20] ou que não prestem atenção no jogo político.[21] O que as tribos fazem é evitar as formas institucionalizadas de protesto (comíciosgreves e piquetes) das quais o proletariado se vale.[22] A resistência das tribos é mais "subterrânea"[15] valendo-se - por exemplo - da música para afirmar sua não-adesão à "assepsia social" dos mantedores da Ordem.[23] Essa "desqualificação" praticada pelas tribos, com o tempo, "corrói progressivamente a legitimidade do poder estabelecido".[15]

[editar]Fluidez & Estabilidade

Maffesoli destaca algo paradoxal nas tribos urbanas. Elas são instáveis e "abertas",[24] podendo uma pessoa que participa delas "evoluir de uma tribo para a outra".[25] Por outro lado, essas tribos alimentam um sentimento de exclusividade[26] e um "conformismo estrito" entre seus participantes.[24]

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